Vejam minha pequena participação.
Crenças populares
Monica Giselli de Freitas
Na escola, quando criança, não só eu, como a maioria dos alunos, morria de medo da tal Maria Sangrenta; uma mulher vestida de branco, loira de pele pálida que contrastava com o sangue que escorria de sua boca, olhos, ouvidos e nariz e que, vez ou outra; aparecia para assombrar o banheiro feminino. Ver, ver... Eu nunca vi... Mas, conheci quem jurasse ter visto.
Nessa época, lembro-me de ter sido trancada no banheiro da escola por três garotas do ensino médio que, após contarem histórias horripilantes; decidiram fazer um ritual para invocar a dita sangrenta. Não me recordo muito bem como era, pois o medo começara a tomar conta do meu corpo impedindo-me de prestar atenção em certos detalhes. Lembro-me apenas de ouvir algumas palavras, palmas, descargas e muita gritaria quando perceberam que a invocação surtira efeito. A partir desse momento, não consegui ver nem ouvir mais nada além de meu choro desesperado, estava ocupada demais à procura de algum refúgio.
Disseram que ela apareceu, eu não a vi. Mas, quando estava me retirando do banheiro, ao olhar para a divisão em que ela havia sido invocada, pude perceber marcas de sangue, provas concretas de que ela ali estivera.
A infância passou, e todo aquele medo permaneceu no passado. Não acredito mais em certas crenças populares, mas ainda carrego comigo por hábito, ou por segurança; um certo receio de entrar em banheiros comunitários, já que segundo rege a lenda, são nestes que a famosa mulher frequentemente aparece.
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