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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

fichamento: A pesquisa sociolinguística - Tarallo


TARALLO, Fernando.  A pesquisa sociolingüística. 4 ed. São Paulo: Ática, 1994.

 

“Este livro propõe a você maneiras possíveis de se combater o “caos” linguístico. Você ira tentar o desafio de tentar processar, analisar e sistematizar o universo aparentemente caótico da língua falada.” P.05

 

“[...] o “caos” basicamente se configura como um campo de batalha em que duas (ou mais) maneiras de se dizer a mesma coisa [...] se enfrentam em um duelo de contemporização, por sua subsistência e coexistência.” p.05

 

“A cada situação de fala em que nos inserimos e da qual participamos, notamos que a língua falada é, a um só tempo, heterogênea e diversificada. E deve ser sistematizada.” p.06

 

 

Analisar e aprender sistematizar variantes lingüísticas usadas por uma mesma comunidade de fala serão nossos principais objetivos. O modelo de análise a ser desenvolvido neste livro é o que se convencionou denominar “teoria da variação lingüística”. (TARALLO, p. 06)

 

 

 

 

 

“[...] podem ser chamados de sociolinguístas todos aqueles que entendem por língua um veiculo de comunicação, de informação e de expressão entre os indivíduos da espécie humana.” p.07

 

 

Em toda comunidade de fala são frequentes as formas linguísticas em variação [...] a essas formas em variação dá-se o nome de “variantes”. “Variantes linguísticas” são [...] diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes dá-se o nome de “variável linguística”. (TARALLO, p.08)

 

 

As variantes de uma comunidade de fala encontram-se sempre em relação de concorrência: padrão vs não-padrão; conservadoras vs  inovadora; de prestigio vs estigmatizadas. Em geral, a variante considerada padrão é, ao mesmo tempo, conservadora e aquela que goza do prestigio sociolinguístico na comunidade. As variantes inovadoras, por outro lado são aquelas quase sempre não-padrão e estigmatizada pelos membros da comunidade. (TARALLO, p.11-12)

 

“[...] a língua pode ser um fator extremamente importante na identificação de grupos em sua configuração como também possível maneira de demarcar diferenças sociais no seio de uma comunidade.” p.14

 

“A relação existente entre [...] teoria, método e objeto [...] é obvia e imperativa: toda ciência [...] tem uma teoria própria, um objeto especifico de estudo e um método que lhe é característico.” p.17

 

 

A língua falada [...] é o veiculo linguístico de comunicação usado em situações naturais de interação social [...] a língua falada é o vernáculo [...] rata-se [...] dos momentos em que o mínimo de atenção é prestado à língua, ao como da enunciação. Essas partes do discurso falado [...] constituem o material básico para análise sociolinguística. (TARALLO, p.19)

 

 

“[...] a natureza do objeto de estudo sempre precederá o levantamento de hipóteses de trabalho e, consequentemente, a construção do modelo teórico.” p.19 

 

 

[...] seja qual for a natureza da situação de comunicação [...] o pesquisador deverá tentar neutralizar a força exercida pela presença do gravador e por sua própria presença como elemento estranho à comunidade [...] a palavra “língua” deverá ser evitada a qualquer preço, pois o objetivo é que o informante não preste atenção  a sua própria maneira de falar. (TARALLO, p.21)

 

 

 

A narrativa de experiência pessoal é a mina de ouro que o pesquisador-sociolinguísta procura. Ao narrar suas experiências pessoais mais envolventes, ao colocá-las no gênero narrativa, o informante desvencilha-se praticamente de qualquer preocupação com a forma. (TARALLO, p.23)

 

 

“Cabe, portanto, ao narrador, uma vez iniciado um relato, evitar que sua narrativa seja mal recebida.” p.25

 

“[...] todo esse trabalho de coleta é útil e gratificante, e [...] a análise fluirá naturalmente dos dados coletados.” p.32

 

 

[...] nosso compromisso com o aspecto social da linguagem é [...] imperativo. [...] a concepção e o alcance do modelo sociolinguístico são a um só tempo sincrônicos e diacrônicos. Tanto a variação [...] como a mudança [...] linguísticas devem ser estudadas. (TARALLO, pp.35-36)

 

 

“Por encaixamento linguístico da variável você deve entender a motivação das hipóteses, dos grupos de fatores.” p.42

 

 

[...] o encaixamento de uma variável não necessariamente o levará de volta ao sistema gramatical padrão. O contato com o dado bruto e sua experiência com o modelo análise o ajudaram, no estabelecimento de outras e novas hipóteses de trabalho. (TARALLO, p.45)

 

 

“[...] em uma sociedade tão estratificada como a nossa, fatal será que o nível socioeconômico de escolaridade do individuo tenha direta relevância sobre seu desempenho linguístico.” p.47

 

“A língua falda é [...] um sistema variável de regras. Obviamente a esse sistema de variação devem corresponder tentativas de regularização, de normalização.” p.57-58

 

“[...] a estrutura da língua pode se correlacionada o seu uso e que os padrões do ultimo podem ser objetivamente medidos, levando a diferenciação entre as escolhas que o falante efetivamente faz e as que ele poderia fazer.” p.61

 

 

[...] é somente através da correlação entre fatores lingüísticos e não lingüísticos que você chegará a um melhor conhecimento de como a língua é usada e de que é constituída. Cada comunidade de fala é única; cada falante é um caso individual. (TARALLO, p.62)

 

 

“[...] a estrutura de uma língua somente será totalmente entendida à medida que se compreendam efetivamente os processos históricos de sua configuração.” p.64

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