TARALLO,
Fernando. A pesquisa sociolingüística. 4 ed. São Paulo: Ática, 1994.
“Este
livro propõe a você maneiras possíveis de se combater o “caos” linguístico.
Você ira tentar o desafio de tentar processar, analisar e sistematizar o
universo aparentemente caótico da língua falada.” P.05
“[...]
o “caos” basicamente se configura como um campo de batalha em que duas (ou
mais) maneiras de se dizer a mesma coisa [...] se enfrentam em um duelo de
contemporização, por sua subsistência e coexistência.” p.05
“A
cada situação de fala em que nos inserimos e da qual participamos, notamos que
a língua falada é, a um só tempo, heterogênea e diversificada. E deve ser
sistematizada.” p.06
Analisar e aprender sistematizar variantes
lingüísticas usadas por uma mesma comunidade de fala serão nossos principais
objetivos. O modelo de análise a ser desenvolvido neste livro é o que se
convencionou denominar “teoria da variação lingüística”. (TARALLO, p. 06)
“[...]
podem ser chamados de sociolinguístas todos aqueles que entendem por língua um
veiculo de comunicação, de informação e de expressão entre os indivíduos da
espécie humana.” p.07
Em toda comunidade de fala são frequentes as
formas linguísticas em variação [...] a essas formas em variação dá-se o nome
de “variantes”. “Variantes linguísticas” são [...] diversas maneiras de se
dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade. A um
conjunto de variantes dá-se o nome de “variável linguística”. (TARALLO, p.08)
As variantes de uma comunidade de fala
encontram-se sempre em relação de concorrência: padrão vs não-padrão; conservadoras vs
inovadora; de prestigio vs estigmatizadas. Em geral, a variante
considerada padrão é, ao mesmo tempo, conservadora e aquela que goza do
prestigio sociolinguístico na comunidade. As variantes inovadoras, por outro
lado são aquelas quase sempre não-padrão e estigmatizada pelos membros da
comunidade. (TARALLO, p.11-12)
“[...]
a língua pode ser um fator extremamente importante na identificação de grupos
em sua configuração como também possível maneira de demarcar diferenças sociais
no seio de uma comunidade.” p.14
“A
relação existente entre [...] teoria, método e objeto [...] é obvia e
imperativa: toda ciência [...] tem uma teoria própria, um objeto especifico de
estudo e um método que lhe é característico.” p.17
A língua falada [...] é o veiculo linguístico
de comunicação usado em situações naturais de interação social [...] a língua
falada é o vernáculo [...] rata-se [...] dos momentos em que o mínimo de
atenção é prestado à língua, ao como da enunciação. Essas partes do discurso
falado [...] constituem o material básico para análise sociolinguística.
(TARALLO, p.19)
“[...]
a natureza do objeto de estudo sempre precederá o levantamento de hipóteses de
trabalho e, consequentemente, a construção do modelo teórico.” p.19
[...] seja qual for a natureza da situação de
comunicação [...] o pesquisador deverá tentar neutralizar a força exercida pela
presença do gravador e por sua própria presença como elemento estranho à
comunidade [...] a palavra “língua” deverá ser evitada a qualquer preço, pois o
objetivo é que o informante não preste atenção
a sua própria maneira de falar. (TARALLO, p.21)
A narrativa de experiência pessoal é a mina
de ouro que o pesquisador-sociolinguísta procura. Ao narrar suas experiências
pessoais mais envolventes, ao colocá-las no gênero narrativa, o informante
desvencilha-se praticamente de qualquer preocupação com a forma. (TARALLO,
p.23)
“Cabe,
portanto, ao narrador, uma vez iniciado um relato, evitar que sua narrativa
seja mal recebida.” p.25
“[...]
todo esse trabalho de coleta é útil e gratificante, e [...] a análise fluirá
naturalmente dos dados coletados.” p.32
[...] nosso compromisso com o aspecto social
da linguagem é [...] imperativo. [...] a concepção e o alcance do modelo
sociolinguístico são a um só tempo sincrônicos e diacrônicos. Tanto a variação
[...] como a mudança [...] linguísticas devem ser estudadas. (TARALLO, pp.35-36)
“Por
encaixamento linguístico da variável você deve entender a motivação das
hipóteses, dos grupos de fatores.” p.42
[...] o encaixamento de uma variável não
necessariamente o levará de volta ao sistema gramatical padrão. O contato com o
dado bruto e sua experiência com o modelo análise o ajudaram, no
estabelecimento de outras e novas hipóteses de trabalho. (TARALLO, p.45)
“[...]
em uma sociedade tão estratificada como a nossa, fatal será que o nível
socioeconômico de escolaridade do individuo tenha direta relevância sobre seu
desempenho linguístico.” p.47
“A
língua falda é [...] um sistema variável de regras. Obviamente a esse sistema
de variação devem corresponder tentativas de regularização, de normalização.” p.57-58
“[...]
a estrutura da língua pode se correlacionada o seu uso e que os padrões do
ultimo podem ser objetivamente medidos, levando a diferenciação entre as
escolhas que o falante efetivamente faz e
as que ele poderia fazer.” p.61
[...] é somente através da correlação entre
fatores lingüísticos e não lingüísticos que você chegará a um melhor
conhecimento de como a língua é usada e de que é constituída. Cada comunidade
de fala é única; cada falante é um caso individual. (TARALLO, p.62)
“[...]
a estrutura de uma língua somente será totalmente entendida à medida que se
compreendam efetivamente os processos históricos de sua configuração.” p.64
Muito bom, me ajudou muito!
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