SANTOS,
Carlos Alberto Suniga dos. A poesia do
cotidiano de Cesário Verde. Texto fornecido pelo professor.
RESUMO:
A poesia de Cesário Verde, reconhecida como poesia do
cotidiano, constitui-se como uma forma de expressão que rompe com o cânone
romântico e com o cânone do realismo objetivo, seu caráter foi precursor da
tendência modernista. O poeta se destaca por unir a realidade objetiva e o “eu”
subjetivo, criando uma poesia carregada de impressões/expressões, suas
produções são marcadas por um processo descritivo-analítico e sua leitura de
mundo é carregada de ironia e até certo desprezo pela natureza, seres e objetos
com os quais se depara. Essa fusão incomum de diferentes realidades que resulta
numa tessitura objetivo-subjetiva, presente nos processos poéticos
identificáveis em poetas modernistas, surgiu com o amadurecimento dos processos
de composição do poeta e dividi-se em quatro fases: na 1° fase o poeta
prende-se ao rigor da forma que caracteriza a poesia parnasiana; na 2° fase o
poeta apresenta uma visão anti-lírica da realidade que se apresenta como algo
impreciso; na 3° fase surge a expressão/impressão máxima da cidade e de seus
múltiplos aspectos negativos; na última fase o poeta troca a cidade pelo campo
e seu cotidiano. Com esse processo de amadurecimento de produção poética, ele
se coloca entre os maiores nomes da poesia portuguesa. Cesário Verde representa
na sua poesia a sua própria existência/ existência poética do homem moderno;
fragmentado e deslocado o poeta tece seu estilo incomum e por vezes
impressionista.
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