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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

resenha: obra o que é leitura de Maria Helena Martins


MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2003.

 

Maria Helena Martins discute em sua obra alguns temas relacionados à leitura. A princípio a autora busca, por meio de experiências, ampliar a noção de leitura que geralmente está restrita a mera decodificação de palavras, segundo ela o leitor nasce antes mesmo de aprender a decodificar a palavra escrita, já que tudo o que nos cerca pode ser lido (um filme, uma música, um objeto, gestos etc.) basta interpretá-los e para isso não é necessário ser alfabetizado.

Baseada em Paulo Freire a autora afirma que ninguém pode ensinar o outro a ler, a aprendizagem se dá sozinha de acordo com o amadurecimento do indivíduo, embora se desencadeie e se desenvolva na convivência; então se presumi que a função do educador não seria de ensinar a ler, mas criar condições para que o educando desenvolva a sua aprendizagem, já que o ato de ler está relacionado com as condições precárias ou ideais de cada leitor.

Ao ampliar a noção de leitura observa-se que esta vai além do texto e começa antes do contato com ele, ao acrescentar experiências de leitura o leitor passa a compreender, conviver e até mesmo modificar o mundo em que vive, deixa de ser mero decodificador. Sendo assim, percebe-se a importância de valorizar o contexto pessoal, pois é por meio deste que aprendemos a ler.

Na obra a leitura pode ser dividida em três níveis básicos: o sensorial, o emocional e o racional. Estes níveis estão inter-relacionados e ocorrem de maneira simultânea, mesmo que um ou outro prevaleça a leitura não ocorre de forma isolada, são privilegiado de acordo com a experiência, o interesse e as condições do contexto de cada leitor.

Para Maria Helena leitura sensorial é aquela que vai definindo o que o leitor gosta ou não, mesmo inconscientemente, somente por impressionar os sentidos, esse tipo de leitura começa muito cedo e acompanha o leitor por toda vida. A leitura emocional é aquela que desperta as emoções, em geral ela é reprimida e desconsiderada em função de pretensa atitude intelectual.

Por fim, define como leitura racional aquela que visa mais o texto, a indagação, tem um caráter reflexivo e dialético e é a leitura dominante por pertencer a minoria dos leitores: os intelectuais. Vale enfatizar que mesmo que um ou outro nível prevaleça, é muito difícil realizar uma leitura em que haja apenas um destes níveis, pois o homem em geral lê de acordo como vive num processo de interação entre sensações, emoções e pensamentos.

Ao ler a obra percebe-se que não existe nenhuma fórmula mágica para aprender a gostar de ler, para a leitura se tornar cada vez mais gratificante cada leitor precisa criar condições ideais para a leitura e buscar o seu jeito de ler aprimorando-o. A autora encerra a obra indicando outros títulos que a embasaram e que discutem acerca de leitura.

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