MARTINS,
Maria Helena. O que é leitura. São
Paulo: Brasiliense, 2003.
Maria Helena
Martins discute em sua obra alguns temas
relacionados à leitura. A princípio a autora busca, por meio de experiências,
ampliar a noção de leitura que geralmente está restrita a mera decodificação de
palavras, segundo ela o leitor nasce antes mesmo de aprender a decodificar a
palavra escrita, já que tudo o que nos cerca pode ser lido (um filme, uma
música, um objeto, gestos etc.) basta interpretá-los e para isso não é
necessário ser alfabetizado.
Baseada em Paulo
Freire a autora afirma que ninguém pode ensinar o outro a ler, a aprendizagem
se dá sozinha de acordo com o amadurecimento do indivíduo, embora se
desencadeie e se desenvolva na convivência; então se presumi que a função do
educador não seria de ensinar a ler, mas criar condições para que o educando
desenvolva a sua aprendizagem, já que o ato de ler está relacionado com as
condições precárias ou ideais de cada leitor.
Ao ampliar a
noção de leitura observa-se que esta vai além do texto e começa antes do contato
com ele, ao acrescentar experiências de leitura o leitor passa a compreender,
conviver e até mesmo modificar o mundo em que vive, deixa de ser mero
decodificador. Sendo assim, percebe-se a importância de valorizar o contexto
pessoal, pois é por meio deste que aprendemos a ler.
Na obra a leitura pode ser
dividida em três níveis básicos: o sensorial, o emocional e o racional. Estes níveis estão inter-relacionados e ocorrem de maneira
simultânea, mesmo que um ou outro prevaleça a leitura não ocorre de forma
isolada, são privilegiado de acordo com a experiência, o interesse e as
condições do contexto de cada leitor.
Para Maria
Helena leitura sensorial é aquela que vai definindo o que o leitor gosta ou
não, mesmo inconscientemente, somente por impressionar os sentidos, esse tipo
de leitura começa muito cedo e acompanha o leitor por toda vida. A leitura
emocional é aquela que desperta as emoções, em geral ela é reprimida e
desconsiderada em função de pretensa atitude intelectual.
Por fim, define
como leitura racional aquela que visa mais o texto, a indagação, tem um caráter
reflexivo e dialético e é a leitura dominante por pertencer a minoria dos
leitores: os intelectuais. Vale enfatizar que mesmo que um ou outro nível
prevaleça, é muito difícil realizar uma leitura em que haja apenas um destes
níveis, pois o homem em geral lê de acordo como vive num processo de interação
entre sensações, emoções e pensamentos.
Ao ler a obra
percebe-se que não existe nenhuma fórmula mágica para aprender a gostar de ler,
para a leitura se tornar cada vez mais gratificante cada leitor precisa criar
condições ideais para a leitura e buscar o seu jeito de ler aprimorando-o. A
autora encerra a obra indicando outros títulos que a embasaram e que discutem
acerca de leitura.
muito bom continue
ResponderExcluire se ele n quiser
ResponderExcluirExcelente livro, trás uma visão sobre o ato de ler, para que se possa compreender o mundo em que vivemos.
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